sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Viajando pela África com Ibn Battuta

"O vídeo-documentário Viajando pela África com Ibn Battuta foi elaborado a partir da articulação de sucessivas formas narrativas que, integradas, pretendem produzir algo novo e original a respeito dos conhecimentos gerais sobre os povos antigos do continente africano. Essas sucessivas camadas narrativas reconstituem os poucos resíduos da cultura material e o testemunho direto, singular, deixado pelo viajante marroquino que viveu no século XIV da era cristã conhecido como Ibn Battuta." Clique aqui para acessar o documentário.


 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O Pensador - Angola

Escolhemos como símbolo para o nosso Blog e página do Facebook a imagem do Pensador de Angola. É fundamental, portanto, conhecer um pouco mais sobre este símbolo.

"A escultura designada O Pensador é uma das mais belas estatuetas de origem tchokwe, constituindo hoje um referencial da cultura inerente a todos angolanos, visto tratar-se do símbolo da cultura nacional. Ela representa a figura de um ancião que pode ser uma mulher ou um homem. Concebida simetricamente, com a face ligeiramente inclinada para baixo, exprime um subjectivismo intencional porque, em Angola, os idosos ocupam um estatuto privilegiado. Os mais velhos representam a sabedoria, a experiência de longos anos e o conhecimento dos segredos da vida.

Conta-se que O Pensador tem a seguinte origem: No nordeste de Angola existe o cesto de adivinhação, o ngombo, e o adivinhador usa pequenas figuras, esculpidas em madeira, as quais irão determinar a sorte do consulente. Curiosamente, foram estas figurinhas que vieram a inspirar a famosa figura nacional d’ O Pensador.

Essa imagem é, hoje, uma figura emblemática de Angola, que aparece inclusive na filigrana das notas de kwanza, a moeda nacional. É considerada uma obra de arte nativa fidedignamente angolana. À semelhança de qualquer figura emblemática de um povo — como, por exemplo, o "Zé Povinho" em Portugal, o "John Bull" na Inglaterra ou o "Tio Sam" nos Estados Unidos —, o Pensador tem origem numa "tradição inventada" ou "convencionada".

As primeiras figuras d’ O Pensador foram esculpidas nas oficinas do Museu do Dundo, ao final da década de 40 do século XX. Em 1947, por iniciativa da Diamang, a então Companhia dos Diamantes da Lunda, foi criado na povoação do Dundo um museu de arte tradicional e de colecções arqueológicas e etnográficas. Funcionários da empresa, na maioria belgas e portugueses, contrataram artesãos locais e os incentivaram a esculpir na madeira, ou a modelar no barro, figuras que fossem genuinamente angolanas mas, ao mesmo tempo, que suas formas se aproximassem de uma estética que julgavam ser mais convencional no sentido ocidental.

Hoje, pode-se adquirir estatuetas d’ O Pensador em galerias, lojas e feiras de artesanato, em diferentes dimensões e materiais, como lembrança de Angola."
(Fonte: Angola Press)

sábado, 1 de dezembro de 2012

I Semana de Filmes Africanos da UFF: Conflitos e Paz


Será realizado entre os dias 10 e 14 de dezembro na Unifersidade Federal Fluminense a "I Semana de Filmes Africanos da UFF", com a temática "Conflitos e Paz". Após a exibição dos filmes haverá um debate com professores convidados.

As exibições serão realizadas sempre às 15 horas no campus do Gragoatá, bloco O, sala 501 (na quarta-feira a sala de exibição será a 510). As vagas são limitadas e serão concedidos certificados de participação.

Os fimes exibidos serão:
O Herói (data:10/10 - sala:501 - informações: Angola/ 2003/ Zezé Gamboa/97')
Ruanda in Memoriam (data:11/10 - sala:501 - informações: Senegal-França/ 2003/ Samba Félix D'iaye/68')
Tabataba (data:12/10 - sala:510 - informações: Madagascar/ 1987/R. Rajaonarivero/79')
Jom ou a História de um povo (data:13/10 - sala:501 - informações: Senegal-França/ 1981/ A. Makharam/ 76')
- Djeli (data:14/10 - sala:501 - informações: Costa do Marfim-França/ 1981/ F. Kramo-Lanchiné/ 92')

Chimamada Adichie

 
Nasceu em Enugu, Nigéria, em 1977. Muitas vezes premiada e anunciada como a nova voz da literatura nigeriana, vem sendo comparada a autores do porte de V. S. Naipaul, Chinua Achebe e Nadine Gordimer.
Sinopse de "Meio Sol Amarelo":
Filha de uma família rica e importante da Nigéria, Olanna rejeita participar do jogo do poder que seu pai lhe reservara em Lagos. Parte, então, para Nsukka, a fim de lecionar na universidade local e viver perto do amante, o revolucionário nacionalista Odenigbo. Sua irmã Kainene de certo modo encampa seu destino. Com seu jeito altivo e pragmático, ela circula pela alta roda flertando com militares e fechando contratos milionários. Gêmeas não idênticas, elas representam os dois lados de uma nação dividida, mas presa a indissolúveis laços germanos - condição que explode na sangrenta guerra que se segue à tentativa de secessão e criação do estado independente de Biafra.
Contado por meio de três pontos de vista - além do de Olanna, a narrativa concentra-se nas perspectivas do namorado de Kainene, o jornalista britânico Richard Churchill, e de Ugwu, um garoto que trabalha como criado de Odenigbo -,Meio sol amareloenfeixa várias pontas do conflito que matou milhares de pessoas, em virtude da guerra, da fome e da doença. O romance é mais do que um relato de fatos impressionantes: é o retrato vivo do caos vislumbrado através do drama de pessoas forçadas a tomar decisões definitivas sobre amor e responsabilidade, passado e presente, nação e família, lealdade e traição.
"Um marco na ficção, no qual a prosa clara e despretensiosa delineia nuances de modo absolutamente preciso." - The Guardian
Sinopse de "Hibisco Roxo":
Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país.
Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.
“Uma história sensível e delicada sobre uma jovem exposta à intolerância religiosa e ao lado obscuro da sociedade nigeriana.” - J.M. Coetzee
 
Veja também a conferência de Chimamanda no TED com o título de "O perigo da história única":
 

 

História Geral da África

 
Em 1964, a UNESCO dava início a uma tarefa sem precedentes: contar a história da África a partir da perspectiva dos próprios africanos. Mostrar ao mundo, por exemplo, que diversas técnicas e tecnologias hoje utilizadas são originárias do continente, bem como provar que a região era constituída por sociedades organizadas, e não por tribos, como se costuma pensar.

Quase 30 anos depois, 350 cientistas coordenados por um comitê formado por 39 especialistas, dois terços deles africanos, completaram o desafio de reconstruir a historiografia africana livre de estereótipos e do olhar estrangeiro. Estavam completas as quase dez mil páginas dos oito volumes da Coleção História Geral da África, editada em inglês, francês e árabe entres as décadas de 1980 e 1990.
Além de apresentar uma visão de dentro do continente, a obra cumpre a função de mostrar à sociedade que a história africana não se resume ao tráfico de escravos e à pobreza. Para disseminar entre a população brasileira esse novo olhar sobre o continente, a UNESCO no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECAD/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viabilizaram a edição completa em português da Coleção, considerada até hoje a principal obra de referência sobre o assunto.
O objetivo da iniciativa é preencher uma lacuna na formação brasileira a respeito do legado do continente para a própria identidade nacional (Fonte: MEC).
 
Acesse o link e baixe gratuitamente: